Perfil: Bezerra da Silva

6 anos sem o Embaixador dos Morros

No próximo dia 17 de Janeiro de 2011, se completa seis anos da morte de um dos maiores sambistas da história do Brasil: José Bezerra da Silva.

Nascido no Estado de Pernabuco, em 09 de Março de 1927, deixou a cidade natal de Recife aos 15 anos figindo clandestinamente em um navio com direção ao Rio de Janeiro. Lá morou no morro cantá galo e trabalhou na construção civil como pintor.

Em 1950, sob influência de jackson do Pandeiro, comeca na música tocando instrumentos de percurssão na Rádio Clube, em 1960 ele comeca a fazer parte da Orquestra da Copacana Discos.
Bezerra também estudou violão clássico por 5 anos, era um dos poucos partideiros que conseguia ler partitura musical.
Suas primeiras gravações sairam em compacto 1969 e seu primeiro disco sairia 6 anos depois em 1975. A partir da série "Partido Alto nota 10" ele começa a ter sucesso. Entre os inúmeros sucessos, podem ser citados "Maladragem dá um tempo", "Sequestraram minha sogra" e "Candidato Câo Câo". Foi ele também que celebrizou o estilo "sambandido", uma mistura entre crítica social e politíca e humor.
Muitos dos compositores das músicas cantadas por Bezerra da Silva, são da própia comunidade, no portal Porta Curtas, voce pode encontrar excelente curta documentário de Márcia Derraick e Neto Simplício, chamado "Coruja" o próprio Bezerra apresenta um poucos desses personagens importantes mas não conhecidos.

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Em 1995, gravou o Cd "Os três Malandros do Rio", juntamente com Dicró e Moreira da Silva, uma paródia ao trabalho dos tres tenores Pavarotti, Jose Carrera e Plácido Domingos.
Em 1998, a escritora Letícia Viana, publicou o livro: Bezerra da Silva - Produto do Morro.
Em 2001, se tornou envangélico e se preparava para gravar um cd com músicas religiosas.
Como muitas músicas do sambista abordam a questão da maconha, muitas pessoas associaram Bezerra ao usuários. Apesar de nunca ter sido preso por porte de maconha, foi várias vezes levado a delegacia para averiguação. Dizia que o que ele mais odiava éra ser chamado "cantor dos bandidos".

Bezerra da Silva, o "Embaixador dos Morros" como foi apelidado, ou o "Repórter do morro", como gostava de ser chamado, foi internado no final do mês de Outubro de 2004, apresentando um quadro de infecção pulmonar. Em janeiro ele sofreu uma parada cárdiaca e teve falência multipla de órgãos. Faleceu em 17 de Janeiro de 2005 e estava com com 77 anos.
Em outro curta documentário exibido pelo Porta Curtas, chamado "O dia em que o bambu quebrou no meio", com direção de Arthur Muhlenberg e Pedro Asbeg, amigos contam um pouco da vida e momentos da carreira do cantor:



As músicas de Bezerra da Silva influenciaram muitos cantores e bandas, algumas delas, mesmo sendo de outros genêros musicais regravaram alguns de seus sucessos, é caso do grupo Barão Vermelho e O rappa e também do cantor marcelo D2, que recentemente lançou o Cd "Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva"
Bezerra da Silva, sempre deixou claro que era o Bom malandro, e que não queria morrer em feriado e nem em uma sexta-feira porque não queria atrapalhar a folga ou o o fim de semana dos amigos e familia, morreu em segunda-feira.
Para alguns, a data de sua morte é outra curiosidade: 17-1, lembra o artigo do código penal brasileiro 171 aplicado para crimes estelionato, que em uma linguagem popular, é o crime de enganar alguém, se dar bem sem muito esforço, que são características típicas de um malandro.
Apesar do estilo malandro, bezerra não possuia dois hábitos que são facilmente atribuídos a malandragem: beber e fumar.

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